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domingo, 29 de janeiro de 2012

“A imaginação é mais importante que o conhecimento.”
ALBERT EINSTEIN

Hoje o contar histórias está de volta, como método se aprendizado na escola, a internet oferece muita informação, tanta que pouco do que se lê fixa, ou se consegue filtrar e tornar conhecimento. Mas jamais se esquece de um livro que se leu, de um “causo” que se ouviu, de uma música(que nada mais é que uma história cantada). Por isso, muitos professores estão recorrendo ao velho e bom método de contar histórias.


Um antigo Baobá na reserva de Bandia, Senegal, forma um mausoléu vivo para os remanescentes Griots locais. Os gritos sempre contam histórias de baixo de árvores ou em volta do fogo.

Um Griot (pronuncia-se: griô) ou Jali é um poeta da região da Àfrica Central, um cantor espiritual, e músico, considerado um repositor da tradição oral. Eles são, algumas vezes, chamados de bardos. De acordo com Paul Oliver, em seu livro "Savannah Syncopators", "Embora [o griot] saiba de cor muitas canções tradicionais, ele possui também a habilidade de extemporizar sobre eventos atuais, acasos, incidentes, mortes, cenas do cotidiano. Seu talento pode ser devastador e seu conhecimento da história local, formidável! Os griots podem também usar sua especialidade vocal para, sátira e críticas políticas.

Os Griots vivem, hoje, em muitas partes da África Ocidental, incluindo: Mali, Gambia, Guinea, e Senegal, e estão presentes entre os povos Mande (Mandinka, Malinké, Bambara, etc.), Fulbhe (Fula), Hausa, Tukulóor, Wolof, Serer, Mauritânia Arábica e muitos outros pequenos grupos. A palavra griot pode derivar do francês, uma transliteração "guiriot" da palavra "criado" do Português que significa "servente."

Nas línguas africanas, os griots são referidos por uma variedade de nomes, a saber: jeli, no norte das áreas Mande; jali, no sul das mesmas; géwal em Wolof; gawlo em Pulaar (Fula); e igiiw em Hassaniyya Arábica. Os Griots constituem uma casta endogâmica, significando que majoritariamente eles somente casam-se com outros griots, e aqueles que não são griots normalmente não executam as mesmas funções que eles.
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O Império Mali, e o primeiro griot
Em Mali (Império Malinke), em meados do século XIV, extendia-se da África Central (hoje, Chad e Niger) até a África Ocidental (hoje, Mali e Senegal). O Império foi fundado por Sundjata Keita, cuja proeza permanece sendo celebrada no Mali até os dias de hoje. No Épico de Sundjata, o Rei Naré Maghann Konaté ofereceu seu filho Sundiata, um griot, Balla Fasséké, para aconselhá-lo em seu reino. Balla Fasséké é então considerado o primeiro griot e o fundador da Linhagem Kouyaté de griots que existe até os dias de hoje.

Cada famila de griots é acompanhada de uma família de guerreiros-reis chamados jatigi. Na cultura tradicional, nenhum griot pode estar sem um jatigi, e nenhum jatigi pode estar sem um griot; os dois são inseparáveis, e um nada vale sem o outro. Todavia, um jatigi pode "emprestar" o seu griot a um outro jatigi.

São muitas as aldeias que possuem seus próprios griots que contam histórias de nascimentos, mortes, casamentos, batalhas, caçadas, coisas e centenas de de outras histórias populares.

Griots/Jeli na Sociedade Mande
O Jeli na sociedade Mande era como um historiador, um consekheiro, um árbitro, um cantor espiritual (patrono) e contador de histórias. Eram, esses músicos, essencialmente, livros de história ambulantes, preservadores das histórias antigas e das tadições por meio de suas canções. Essa sua tradição herdada foi passada através de gerações. Seu nome, "Jeli", significa "Sangue" no idioma Manika. Sobre eles é dito que possuem profundas conecções com os poderes espiritual, social e político, aos quais sua música é fortemente associada. Sobre sua fala é, também, dito que tem o poder de recriar histórias e relacionamentos.

Os Griots hoje
Bakari Sumano, dirigente da Associaçao dos Griots Bamako de 1994 a 2003, foi um advogado internacionalmente conhecido pela importancia dos griots na sociedade central-africana

Cultura Popular
No filme Malinense Guimba the Tyrant dirigido por Cheick Oumar Sissoko, o contador de histórias é preparado dentro da aldeia griot, e dentre outras coisas também pode ser um cômico.

Há também referências, no livro Roots (Raízes) de Alex Haley, de um Griot que lhe contou sua historia familiar por meio da tradição oral. Quando Haley traçou o caminho ao seu passado hitórico, passando da sua geração anterior, através dos tempos da escravidão, até retornar à África, ele poderia ser um griot contando a sua história e a história de seu ancestral, conhecido na sua família como "O Africano" e que foi capturado quando estava na mata procurando madeira para fazer um tambor de fala. Quando ele chegou em África para realizar as pesquisas para o seu livro, encontrou com griots que lhe contaram sua história. Foi com eles que Haley aprendeu e conheceu a identidade de seu ancestral Kunta Kinte. Desde que havia ouvido, primeiro, a história que sua avó lhe contara e que, depois, foi refrescada por sua prima mais velha, ele acreditava que eles eram griots, com suas maneiras próprias de contar sua história até que alguém a colocasse no papel. Mais tarde ele soube que sua prima morrera no mesmo momento de sua chegada na aldeia em África.

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